sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sem pensar muito.

E agora estou aqui escrevendo sem pensar, apenas pelo impulso. Queria dizer como me sinto; sobre como estou. Não consigo dormir. O silêncio me incomoda não mais que qualquer música. E o engraçado é que sempre fui movido pelas letras e canções. Tudo porque sinto que abri mão de muita coisa. Abri  mão de poder escrever sobre o amor; ah o amor, nunca mais soube o que dizer. Agora parece que não tenho mais esse direito; agora a vida é séria demais para devaneios - olha só o que estou escrevendo, não imaginaria jamais. Abri mão das longas horas que passava estudando o que mais gostava. Era uma questão de princípios não trabalhar por causa do dinheiro, hoje me traio quando me vejo voltando de uma seleção para um emprego qualquer. Abri mão dos vários amigos, pelo simples fato de não ter coragem de explicar a burrice que fiz, mas acima de tudo, o que últimamente mais me assombra é o fato de nunca ter tido uma boa relação com a minha família e agora dar a adeus definitivamente... Às vezes eu queria gritar, mas quando a razão toma conta eu já não quero dizer nada a ninguém, talvez seja isso que está me matando por dentro. O fardo pesa principalmente sozinho.

Agora vejo o que tem no fundo do poço, e ainda sinto frio.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Esses dias eu pintei um quadro lindo.
Engraçado só usei cores fortes.
A verdade é que nunca mais soube responder a pergunta:
"Você está bem?"
Sinto falta de poder errar sem muita cobrança.
Eu leio, vejo, escrevo... Mas não vivo!

Sinto falta do tête-a-tête; hoje me acovardo atrás de um monitor.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nomes.

Já definimos os nomes.
Eles são lindos!

É uma sensação ímpar. Diferente de tudo que eu já vivi; diferente de todas as rodas para imposição de uma idéia. Agora não é uma simples idéia, é o que o meu filho(a) carregará; é como ele(a) se apresentará. E tem algo mais valioso que o nome?

Nessa montanha russa de altos e baixos, nesse momento estou no alto gritando com um sorriso aberto.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carta de apresentação.



Ao Sr. Em um escritório com ar condicionado.


Hoje é dia 09/02, está fazendo um baita calor lá fora, e eu estou aqui no meu quarto explorando a internet em busca de uma vaga de emprego. Coloquei todas as minhas informações com um certo cuidado e agora me deparo com uma certa “exigência”, carta de apresentação.
         
Medito um pouco sobre o assunto e posso lhe dizer que há vários de mim por aí. Há aquele simples vizinho; aquele cliente da padaria ou até mesmo o filho do Fulano de Tal, mas talvez o que importa é o que posso dizer sobre mim. Sou um sonhador que ainda acredita que há como fazer arte em um país que não valoriza os artistas. Sou um filho que adora assustar os pais; sou um amigo preguiçoso em dar notícias; um poeta que não aprendeu a amar...

Quem sabe isso tudo não te interesse; quem sabe o que apenas interesse às “pessoas grandes” seja apenas o que possa contribuir para a sua empresa. Sendo assim tenho uma resposta afiada para você: Acho que nada é mais importante do que a minha enorme motivação para esse trabalho. Descobri há pouco tempo que agora sou responsável por outra vida, que em breve serei pai, que logo contemplarei o sorriso de um ser que não tem culpa de ter um pai pobre. Agora, se há maior motivação do que essa, me conte, que eu o contrato.

Peleu de Morais.